O movimento conservador norte-americano sofreu uma perda trágica nesta quarta-feira (10). Charlie Kirk, CEO e cofundador da organização Turning Point USA, morreu após ser baleado durante um evento na Universidade Utah Valley, no estado de Utah. A confirmação veio do ex-presidente Donald Trump, de quem Kirk era aliado próximo.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que Kirk, de 31 anos, discursava sob uma tenda com os dizeres “The American Comeback” (“A Retomada Americana”) e “Prove Me Wrong” (“Prove que estou errado”). De repente, um disparo ecoa, e o líder conservador leva a mão ao pescoço, enquanto o sangue escorre.
O prefeito de Orem, David Young, informou que o atirador segue foragido. Uma pessoa chegou a ser detida, mas não se tratava do autor dos disparos. O evento já vinha sendo alvo de polêmica no campus, onde quase mil estudantes pediram o cancelamento da participação de Kirk. A universidade, porém, manteve a programação, citando a Primeira Emenda da Constituição dos EUA e o compromisso com a liberdade de expressão.
Poucos minutos antes do ataque, Kirk respondia a uma pergunta sobre violência armada. “Muitos”, disse, ao ser questionado sobre quantos americanos transgêneros estariam ligados a tiroteios em massa nos últimos dez anos. Em seguida, o debatedor retrucou, e logo após ouviu-se o disparo fatal.
Quem foi Charlie Kirk
Charlie Kirk nasceu em um lar evangélico nos subúrbios de Chicago e, aos 18 anos, fundou a Turning Point USA, uma das maiores organizações conservadoras de jovens nos EUA. Defensor do livre mercado, do governo limitado e da liberdade religiosa, tornou-se um dos principais articuladores políticos da direita americana.
Em 2021, fundou, junto ao pastor Rob McCoy, a TPUSA Faith, mobilizando milhares de pastores em defesa de pautas cristãs como a proteção da infância contra ideologias de gênero e a liberdade dos templos durante a pandemia. Kirk denunciava a tentativa de silenciar a Igreja: “Eles querem uma igreja passiva, obediente”, dizia, comparando a omissão de líderes atuais ao silêncio cúmplice de muitas igrejas na Alemanha nazista.
Com milhões de seguidores e ouvintes em podcasts e redes sociais, Charlie Kirk era um incentivador de que pastores pregassem também a verdade bíblica aplicada à vida pública. “Ou vocês se envolvem e ajudam a definir a direção do país, ou deixarão um vazio para que outros ocupem esse espaço”, costumava afirmar.
Kirk deixa a esposa, Erika Frantzve, e dois filhos pequenos. Sua morte levanta reflexões profundas sobre a perseguição ideológica e o preço pago por aqueles que, como ele, não se calam diante da injustiça. Como está escrito em Apocalipse 2:10: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”
