A perseguição contra cristãos na Somália continua intensa. No dia 20 de janeiro, Abdulai Ramadan, um ex-muçulmano de 35 anos, foi violentamente atacado por sua esposa após se recusar a renunciar à sua fé em Cristo. A agressão ocorreu na residência do casal, localizada na região de Lower Juba, depois que a mulher descobriu que ele havia realizado um estudo bíblico com outros cristãos.
Conversão e perseguição dentro do próprio lar
Ramadan se converteu ao cristianismo em 2020 e, desde então, passou a integrar uma comunidade cristã secreta. No Natal de 2024, ele convidou três irmãos na fé para uma celebração em sua casa, onde seus quatro filhos também estiveram presentes. A esposa, revoltada com a iniciativa, se recusou a participar e, naquela noite, confrontou o marido sobre sua fé.
Ela exigiu que ele abandonasse o cristianismo, argumentando que sua conversão era uma vergonha para a família e a comunidade islâmica. Determinado, Ramadan se recusou a negar Jesus e afirmou que estava disposto a prover todas as necessidades da esposa e dos filhos, mas jamais abriria mão da verdade do Evangelho. Como represália, a mulher o proibiu de realizar qualquer atividade cristã dentro da casa.
Ataque violento e resgate dramático
No dia 20 de janeiro, enquanto a esposa visitava os pais, um amigo cristão foi até a casa de Ramadan para um breve momento de oração e estudo bíblico. Ao retornar, a esposa ficou furiosa ao saber da reunião e, em meio à discussão, atingiu o marido com um objeto metálico. O impacto foi tão forte que Ramadan caiu inconsciente e perdeu a fala.
Na manhã seguinte, a esposa saiu de casa sem informar para onde iria. Um dos filhos ligou para o pastor local, que rapidamente se deslocou até o local para socorrê-lo. No entanto, antes de conseguirem levá-lo ao hospital, a esposa e alguns parentes chegaram, exigindo o divórcio e insultando o cristão. Com a situação ficando tensa e a presença de vizinhos muçulmanos aumentando, o pastor decidiu agir rapidamente, colocando Ramadan no carro e fugindo do local.
Ao chegar ao hospital, os médicos confirmaram que a agressão causou um corte profundo na testa e afetou sua capacidade de fala. O cristão permanece sob cuidados médicos, enquanto sua comunidade de fé teme novas represálias.
Cristãos sob risco na Somália
A Somália é um dos países mais hostis ao cristianismo. A Constituição do país estabelece o islamismo como religião do Estado e proíbe qualquer outra fé, aplicando rigorosamente a Sharia (lei islâmica). Apostatar do islã pode resultar em punições severas, incluindo a pena de morte.
Além disso, grupos extremistas islâmicos, como o Al Shabaab — ligado à Al Qaeda —, promovem perseguições sistemáticas contra cristãos. Segundo a Lista Mundial da Perseguição 2025, da Missão Portas Abertas, a Somália ocupa a 2ª posição entre os países onde os seguidores de Cristo enfrentam maior perseguição.
Diante da crescente hostilidade, líderes cristãos na região pedem oração pela recuperação de Ramadan e pela proteção da igreja secreta no país.
