O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, voltou a se manifestar com firmeza após ter sido alvo de mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação da Polícia Federal ocorreu na noite de quarta-feira (20), no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, e resultou na apreensão de celulares, passaporte e até cadernos de anotações bíblicas do pastor.
Malafaia prestou depoimento e afirmou que entregou voluntariamente a senha de seu celular. “Apreender meu passaporte? Eu não sou bandido. Apreender meu telefone? Vai descobrir o quê? Eu dei a senha, não tenho medo de nada”, declarou. O pastor destacou ainda a gravidade do episódio: “Até meus cadernos, que continham mensagens bíblicas, foram levados. É uma afronta não apenas a mim, mas à liberdade de expressão e de fé no nosso país”.
Em críticas contundentes, Malafaia classificou Alexandre de Moraes como “criminoso” e denunciou a instalação de um regime de censura no Brasil. “Ele estabelece o crime de opinião no Estado democrático de Direito. Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que país é esse? Que democracia é essa?”, questionou. O líder evangélico citou ainda outros ministros do STF e dirigentes do Congresso Nacional, cobrando limites para o que chamou de “covardia”.
O pastor afirmou que a perseguição contra conservadores e cristãos no Brasil precisa de resposta. “Alexandre de Moraes tem que sofrer impeachment, ser julgado e preso. Eu não tenho medo de ditadores”, disse, conclamando o povo brasileiro a se mobilizar no feriado de 7 de setembro.
A investigação contra Malafaia está vinculada à Petição nº 14129, ligada à Ação Penal nº 2668, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou que o pastor teria atuado como “orientador e auxiliar” em ações de suposta obstrução de Justiça.
Malafaia, no entanto, afirma que sua luta é pela liberdade e contra a perseguição política. Em seu discurso, o pastor voltou a destacar que a Igreja não pode se calar diante das injustiças, lembrando as palavras de Atos 5:29: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens”. Para ele, o momento exige firmeza e coragem espiritual diante do avanço de forças que tentam calar a voz dos cristãos e sufocar a democracia.
